sábado, 9 de julho de 2011

A forgettable writing

A noite cai lentamente sobre o horizonte perdido pela esfera da abóbada celeste. A luminosidade é roubada por forças sobre-humanas e a luta divina trespassa silenciosamente cada alma perene. A espessa e densa cortina negra começa a cair pelas sombras inauditas da cidade perdida no seu silêncio aterrador de evolução descontrolada. As árvores espalham até ao limite as sombras das suas vidas intemporais, de antepassados esquecidos pelas cinzas das suas memórias, até nunca poderem mais espalhar a sua sabedoria incompreensível para o espírito humano.

O tempo passa inaudito, completamente imune àquelas peles descobertas sentindo o frio a penetrar pelos ossos congelando por completo aquelas almas penadas que mais nada têm na vida, do que a mera consolação da sociedade que os ignora a cada olhar desviado para o lado, após verem uma mão estendida à procura daquilo que o destino lhes negou. O tempo simplesmente desfia os seus laços irrepetíveis, moldando o destino inconsequente de destinos humanos moldados pelas críticas e pelos defeitos que deformam a normalidade do pensamento e do coração. O tempo, não mais do que isso, tão só é o cronómetro que dita, ditadorialmente, senhor absoluto das vidas, o momento em que tudo pára, e depois tudo recomeça

A noite instala-se definitivamente, a luz foi para sempre roubada durante aquelas horas pela escuridão das forças divinas. Aprisionada e impedida de revelar as vidas nocturnas, aquele passo mais expedito para esconder a fuga de um casamento destruído pelas palavras nunca ditas; aquele bafo de tabaco saído de uma boca feminina que espalha a sua beleza à procura do príncipe encantado que lhe ofereça a vida esperada através de uma carteira recheada; ou apenas aquele passo inesperado, de um corpo sensível, de uma alma serena, de uma beleza feminina que não é daquele mundo, deste mundo pérfido em que o amor é denegrido pela racionalidade bacoca daquilo que não pode ser racional: o romantismo do amor puro

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